Afogados da Ingazeira: na Pajeú diretora do HREC promete apurar falhas
No Debate das Dez desta terça-feira (15), a diretora do Hospital Regional Emília Câmara (HREC), falou sobre as várias reclamações de pessoas sobre a falta de médico no último final de semana na unidade. Além da falta de médico, também reclamaram de mal atendimento por parte de uma médica e de alguns servidores.
No último fim de semana, várias pessoas procuraram a Rádio Pajeú para denunciar a falta de profissionais médicos no Hospital Regional Emília Câmara em Afogados da Ingazeira-PE. Muitas pessoas procuraram a unidade em vão, a maioria com sintomas de zika, dengue e chicungunya.
Outra queixa foi da profissional que atendeu no plantão do sábado para o início da manhã do domingo. A médica, identificada como Ana Maria teria consultado pacientes a distância, sem examinar e apenas receitando medicação.
O blogueiro Júnior Finfa relatou nos estúdios da Pajeú, na manhã desta segunda-feira (14), que um senhor que teve hipoglicemia (queda na glicose que exige ação urgente) e não teve atendimento, precisando ser encaminhado às presas para uma unidade privada. Não faltaram críticas à Diretora Leandra Saldanha.
Outro relato, esse mais grave foi feito pelo senhor João Vianeys. Ele levou um tio, de nome Antônio Tavares ao Hospital neste domingo (13) e não encontrou médico na unidade. O senhor Antônio acabou falecendo.
Nos estúdios da Pajeú, Leandra disse que essa foi a segunda vez que aconteceu do HREC ficar sem médico desde que ela assumiu a direção da unidade, há um ano e quatro meses. A outra vez foi há mais ou menos um ano, quando houve uma denúncia também na Rádio Pajeú de que uma criança havia levado uma queda e chegou no HREC e não tinha médico.
“Depois de um ano e quatro meses é a segunda vez que acontece, então assim, nós ficamos sem médico apenas durante algum período. As Doutoras Maria e Micheli eram as plantonistas do sábado e do domingo, sendo que Micheli teve uma metrorragia, apresentou atestado e não conseguiu médico para ficar no domingo, conseguiu doutora Sonaide para o sábado, mas no domingo a doutora Maria estava só. Nisso nasceu uma criança as 5h da manhã com um quilo e seiscentas gramas e ela precisava ir para a UTI neo natal do IMIP e só tinha ela de médica na unidade,” Justificando a falta de médicos na unidade.
Leandra garantiu que há uma política de apuração de todos os casos que chegam ao Hospital. Ela também disse ter fechado parceria com a Casa de Saúde para cobrir o período em que não houvesse plantonista. A Diretora Márcia Moura disse que houve vários atendimentos no dia e prometeu apurar o período em que, segundo ouvintes, não havia médico na unidade.
Leandra também afirmou que, apesar da dificuldade de médicos atuarem no interior, tem mantido uma boa escala. Outro problema alegado, segundo ela, é o de pessoas que deixam de buscar as unidades básicas para ir ao Hospital Regional.
Ela falou em nome da médica que teve um atendimento questionado no plantão do sábado para o início da manhã do domingo. A médica, identificada como Ana Maria teria consultado pacientes sem observá-los, a partir do relato da irmã do comunicador Anchieta Santos, a professora Cléa Santos, transmitido pelo comunicador durante seu programa Rádio Vivo. “Sem olhar a paciente, perguntando à distância o que ela sentia, definiu que fizesse um eletrocardiograma. E depois prescreveu medicamentos que ela preferiu não comprar”.
Leandra afirmou ter confirmado com a médica que nega ter tido esse procedimento. “Ainda vamos apurar mais detalhadamente pois não tive todo o tempo para apuração pela correria de ontem, mas preliminarmente a profissional disse não ter tido tal procedimento neste ou nos demais casos”, afirmou a Diretora. Ela disse que os casos têm sido levados a conhecimento da Secretaria de Saúde.
O senhor João Vianeys, que contou o caso do tio Antônio Tavares, 95 anos, que morreu desidratado sem atendimento médico neste domingo, esteve no programa e disse ter ficado revoltado com o que aconteceu. Ele prometeu buscar caminhos jurídicos para o que classificou de negligência na morte do tio. “Meu tio não volta mais. Mas o caso dele pode servir de exemplo para não acontecer mais”. Leandra prometeu apurar e acompanhar o caso.
Ouça na íntegra como foi o debate de hoje: