Segundo membros da CDL, taxa de inadimplência chega a 60% no comercio de Afogados

Ninguém esta livre de que, por um motivo ou outro, em determinada época da vida, atrasar ou ter dificuldades para pagar uma conta. A crise econômica que vive o país tem contribuído muito para o aumento na taxa de inadimplência. Existem também credores que muitas vezes não sabem como abordar o cliente que esta inadimplente, abrindo brecha para processos jurídicos e além de não receber, ainda é obrigado a pagar indenização ao mal pagador.

Com o intuito de ajudar tanto o cliente, como o comerciante, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Afogados da Ingazeira – CDL, está promovendo a semana do Crédito e Cobrança.

Participando do Debate das Dez da Rádio Pajeú, nesta quarta-feira (15), os membros da nova diretoria da CDL Glauco Queiroz (presidente) e Ilma Valério (conselheira fiscal), falaram sobre esta ação que visa ajudar o comerciante a fazer a cobrança de forma correta e ao consumidor ter a oportunidade de renegociar suas dividas.

Glauco disse que ao assumirem a CDL, a nova diretoria fez uma pesquisa no comércio e vendo a necessidade, tanto do consumidor como do lojista, foi identificado o problema de inadimplência.

“Para se ter uma ideia, a última pesquisa do Serasa, que desde 2012 vem fazendo o acompanhamento da taxa de inadimplência, hoje no Brasil, contamos com 41% de inadimplência, transformando isso em número de habitantes são mais de 60 milhões de CPFs negativados”, informou Glauco.

Glauco disse que dentro dessa problemática resolveram criar a Semana do Crédito e Cobrança e que inicialmente foi pensado um modelo que normalmente é feito em grandes cidades, mas que para Afogados ainda não seria interessante, que seria o mutirão de quitação de dividas, onde se coloca um lugar fixo para receber os inadimplentes para às negociações.

“Só que isso aqui em Afogados seria inviável, pelo fato de que poderia constranger as pessoas. A gente sabe que quem está devendo, nem sempre é um mal pagador, às vezes a pessoa está em situação difícil mesmo e não tem condições, naquele momento de pagar, e precisa de negociação da divida. Como a população aqui todos se conhecem e um cidadão fosse visto entrando naquele determinado local, meio que constrange a pessoa”, disse Glauco.

Diante disso a recomendação de Glauco é que aquelas pessoas que estão devendo, procurem o comércio, pois os comerciantes estão completamente abertos a negociação.

Glauco informou que preocupa tanto a inadimplência alta, mas também a forma como a cobrança está sendo feita e informou que existem pessoas que estão se especializando em processar empresas que não seguem a forma correta para negativar o devedor.

“O que acontece, o camarada que é mal intencionado, sabe que a empresa não faz o procedimento correto, ele compra na má fé, já pra não pagar, quando a empresa negativa ele, ele entra com a Ação Judicial e ai ele não vai pagar a divida dele e a empresa ainda vai ter que indenizá-lo”, disse Glauco.

Ilma forneceu dados alarmantes sobre a situação de inadimplência em Afogados, ela disse que segundo dados oficiais o comércio aguenta uma inadimplência de no máximo 5%, mas que a situação de acordo com conversas com colegas empreendedores e por experiência própria a taxa de inadimplência está em 50/60%.

“Isso é um sinal vermelho, então essa campanha durante essa semana, nos dá essas orientações, mas a gente quer deixar claro também que, não queremos perder cliente, a gente entende o momento, a gente sabe e pedimos para que os clientes não se escondam, procurem os credores e renegociem”, disse Ilma.

Ouça na íntegra como foi o debate de hoje:

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