A história por trás da foto: Djacy Veras conta como era a Pajeú na década de 60

O hoje advogado Djacy Veras deu detalhes em conversa com o também advogado Aloísio Arruda sobre sua passagem pela Rádio Pajeú há mais de 50 anos. Djacy revelou a história por trás de uma das fotos mais antigas dos registros da emissora, da década de 60, quando a Pajeú ainda era uma “criança” de cinco anos de idade, mas comum na força que revolucionou a comunicação no interior de Pernambuco e do Nordeste. Leia :

Dr Djacy, quem está com o senhor na foto?

Raimundo Borges , poeta violeiro.

Doutor! Tens certeza que é Raimundo Borges?
Sim…nesse dia o mesmo levou uma surra de José Alves Sobrinho no programa “O Sertão e a Viola” de saudosa memória. (risos)

Que ano era esse?
“ZYK-39. Rádio Pajeú de Educação Popular Ltda. A voz do sertão pernambucano”, operando em 1520 KWerts” Foram os anos da graça de NSJC de 1964/66. O primeiro programa pra o madrugador Djacy que como noviço tinha o castigo de colocar a emissora no ar.

Era o santo dia…
Era um horário cavalar, pois a emissora ia ao ar, às 5.00 da manhã, por mim e pelo grande Abílio Barbosa de quem fui amigo e de quem aproveitei os seus muitos conselhos. Trabalhava até as 13 horas e ainda fazia um extra produzindo o programa O Sertão e a Viola, além de apresentá-lo, conhecendo os maiores violeiros do Pajeú, Moxotó e dos Cariris velhos paraibanos e de outros Estados do Nordeste. Afinal, tínhamos rádio emissora em Pesqueira (Jornal), a Pajeú , a rádio Alto Piranhas Cajazeiras e Espinhara de Patos. Petrolina veio depois da Pajeú ser “a dona dos sertões”.

Dr Djacy, elenca os as empresas de Arcoverde que mais anunciavam na emissora…
Café e macarrão Diouro, Molas Arraial, Doces Palmeiron, Hotel Majestic, José Henrique e Filhos, Casas José Araújo e Armazéns do Norte. De Serra Talhada, João Duque de Souza e a Sada.

Como era a relação com Waldecy à época como primeiro diretor ?
O diretor da Rádio Pajeú Waldecy Menezes  ensinava aos seus auxiliares que para se fazer uma rádio mais cultural, recreativa e educadora, como sempre foi a marca da Pajeú , se fizessem de rádio ouvintes de estações famosas como Tupy , Mayrinck Veiga ,Tamoios do Rio de Janeiro e outras de São Paulo. Eu costumava ouvir na Mayrink Veiga o programa “Salão Grenat” do apresentador Collid Filho. Um belo programa…

Nesta foto você estava prestes a apresentar o “Parabéns pra Você” ?

Não! Estive aprendendo no programa “O Sertão e a Viola”, “Os Santos do Dia”, “Parabéns pra Você” e quando à noite, “A Hora do Angelus” e “Brasil Norte a Sul”. O que mais enchia a paciência, sem dúvidas, era o “Parabéns Pra Você”. (risos)

Há pouco tempo, Tio Viana ainda brincava com a história de uma notícia fúnebre que repassaste, para em seguida dizer todo eufórico “…e parabéns pra você….”

Fazíamos o anúncio fúnebre, é verdade, intercalávamos esses, dentro da programação. No Parabéns Pra Você quando desses anúncios, batia-se o gongo, abrindo parêntese, lido, era fechado com outra congada. Foi aí que não esperei, e soltei o Parabéns pelo falecimento do anunciado. Acho que até o defunto quis pular do caixão. (risos)

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