Afogados da Ingazeira // Psiquiatra que atenderá no Caps fala sobre saúde mental

Há sempre uma dúvida das pessoas, a partir de que momento é indicado o atendimento do psiquiatra. Muitas vezes não se sabe qual o limite, o que cabe ao psicólogo e o que passa a ser atribuição de um psiquiatra. Para entender melhor o trabalho desse especialista, ontem (22) nos estúdios da Pajeú, o secretário de Saúde de Afogados da Ingazeira, Artur Belarmino e o médico psiquiatra Dr. Ezron Maia.

Artur disse que Dr. Ezron, além de atender na Policlínica Bandeirantes também vai atender no Caps do município. “Além disso ele está ajudando a gente no processo de qualificação dos profissionais também da Atenção Básica, pois é muito importante fazer isso, não adianta só chegar e colocar o Caps dentro do município e abrir as portas, a gente tem que capacitar toda a equipe de gestão, toda a rede de profissionais médicos, enfermeiros, dentistas, agentes comunitários de saúde, técnicos de saúde bucal, todo o pessoal envolvido no processo de prevenção e promoção dentro da Atenção Básica pra que a gente possa fazer com que o serviço se integre a uma rede já existente”, disse Artur.

Artur também falou que não é fácil trazer profissionais como Dr. Ezron para região. “Com certeza a gente tem dificuldades para trazer profissionais de certas especialidades para o interior, não só a psiquiatria, mas como outros especialistas também”, disse.

Dr. Ezron falou da cultura equivocada e até preconceituosa de tratar portadores de algum problema psiquiátrico. “Existiam aqueles pacientes graves que perdiam a sanidade que naquela época ha cem, duzentos anos atrás não tinha o que se fazer com eles a não ser exilá-los, assim como outras doenças, se a gente for pensar na lepra por exemplo no passado era da mesma forma”. Os doentes mentais, infelizmente perdiam a possibilidade de se auto governar e isso é uma coisa grave no nosso meio e por isso eles eram isolados. Ao longo do tempo assim como para outras doenças foram aparecendo medicações e isso é que vai dando uma mudança no perfil, alguém com problema de cunho mental hoje em dia pode ser tratado, pode ser estabilizado e pode voltar a sua função social como outra pessoa qualquer. Então digamos que o doente mental hoje, bem tratado, bem cuidado, salvo algumas exceções pode muito bem conviver com outras pessoas, pode muito bem trabalhar, fazer suas funções e isso é a grande diferença e isso é graças a estratégia de tratamento que temos hoje” disse.

Dr. Ezron aproveitou e explicou o que é a psiquiatria: “a psiquiatria é uma especialidade médica, a gente se forma primeiro em medicina pra depois fazer a especialidade. A grande questão é que a psiquiatria divide um campo de saber junto com a psicologia, que é a saúde mental, digamos assim, nisso o que difere uma da outra é a forma de abordar, então não é a gravidade do problema que mandaria uma pessoa para um lado ou para o outro e sim a forma de abordagem” explicou Dr. Ezton.

Dr. Ezron continuou explicando as diferenças entre psiquiatria e psicologia: “então uma pessoa que busca uma avaliação, ela pode buscar tanto do psiquiatra como do psicólogo, isso porque eles dividem o mesmo campo de saber, no final daquela avaliação o que fazer com aquela pessoa é o que difere, é tanto que o psicólogo pode indicar que o paciente vá para o psiquiatra porque ele tem outro tipo de coisa que pode lhe ajudar mais, especificadamente medicação neste caso, também o psiquiatra no final de uma avalição pode abrir um leque de opções para aquela pessoa e dizer: olha o seu transtorno é muito mais leve do que outras pessoas, talvez você não precise se medicar e sim ter um tratamento com psicoterapia, ou seja, com um pouco mais de conversa e de estratégias de como você mudar algum aspecto da sua vida, claro você pode fazer com aquele profissional psiquiatra, mas também pode fazer com o psicólogo”.

Ouça abaixo na íntegra como foi o debate:

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