Cachê de Safadão por show em Carpina irá custar quase meio milhão

Valor foi divulgado na edição desta quinta-feira do Diário Oficial do Estado

Do Diário de Pernambuco

Um ano depois de ter o valor do cachê questionado pelo Ministério Público de Pernambuco, o cantor Wesley Safadão volta a chamar atenção após publicação no Diário Oficial. Na edição desta quinta-feira (15) foi divulgado o valor cobrado pelo artista para se apresentar no dia 28 de junho na abertura do São João de Carpina, na Zona da Mata: R$ 450 mil. O cachê foi o único pago pela Prefeitura de Carpina encontrado pelo Viver nas edições de junho do D.O.

Na publicação, a secretária de Educação, Esportes e Lazer do município, Milca Maria da Silva, pede inexigibilidade de licitação para contratação do cantor. Além de Safadão, a programação do São João de Carpina também contará com Márcia Fellipe, Jonas Esticado, Mano Walter, Jorge & Matheus e Gabriel Diniz.

No São João do ano passado, o show de Wesley Safadão no São João de Caruaru – cujo cachê era de R$ 575 mil –  chegou a ser cancelado pela Justiça. A apresentação foi mantida, bancada por patrocinadores. Para amenizar a polêmica, o cantor cearense acabou doando o cachê para instituições filantrópicas da cidade.

A notícia dos R$ 450 mil desembolsados para o show em Carpina chega em meio a uma outra polêmica, relacionada a uma suposta descaracterização dos festejos. Vários artistas se mobilizaram em torno da campanha “Devolva o Meu São João”, que desencadeou bate-boca entre forrozeiros e sertanejos.

ENTENDA O CASO

Durante a abertura oficial do ciclo junino da cidade de Caruaru, no dia 3 de junho, a cantora Elba Ramalho, um dos ícones do São João nordestino, criticou a programação de Campina Grande, na Paraíba, e reclamou do espaço tomado por artistas da música sertaneja nas grades juninas.

“Falei com a Paraíba, reivindiquei porque o São João de lá está muito mais comprometido que o São João daqui. Eu não tenho nada contra nenhum artista, nada contra nenhum sertanejo. Tem espaço para tudo, no céu cabem para todos os artistas, ninguém atropela ninguém. Porém eu não toco na Festa de Barretos, Dominguinhos também não cantava. A festa é deles, é dos sertanejos, e eles têm bem esta coisa: essa área é nossa”, disse ela, pouco antes de apresentação na Capital do Forró.

“Aí quando chega aqui no São João, em Campina Grande, não ter o Biliu de Campina, não ter Alcymar Monteiro, eu reclamei bastante, cara, não ter os trios. Quando chega o São João, se você não tem forró… Eu não quero ir a uma festa que não tenha forró”, comparou, em apoio a campanha Devolva Nosso São João, encabeçada por Joquinha Gonzaga, sobrinho de Gonzagão, e Chambinho do Acordeon,conhecido nacionalmente após interpretar o Rei do Baião no filme Gonzaga: De pai para filho, de Breno Silveira.

Nas redes sociais, a manifestação conta com adesão de cantores, compositores e instrumentistas de vários estados do Nordeste. Eles compartilham textos, vídeos e imagens com os dizeres “Devolvam o nosso São João”, “São João é do Nordeste” e “São João só é grande quando tem forró”, entre outros. As declarações da artista paraibana, amplamente identificada com Pernambuco, tiveram grande repercussão e provocaram respostas da prefeitura campinense e de jornalistas do estado da Paraíba.

No fim de semana passado, nos bastidores da apresentação no São João da Capitá, Marilia Mendonça rebateu as críticas e negou que as portas de Barretos (Festa do Peão) e outros festivais estejam fechadas ao forró: “Isso é mentira. Talvez a porta não esteja aberta porque algo está fora do seu trabalho. Quem tá com trabalho legal tem portas abertas em todas as regiões do Brasil. O segredo é música boa. Não tem nada de um tomar o lugar do outro”. No palco, a cantora defendeu que “vai ter sertanejo no São João, sim”.

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