Conselho de Segurança da ONU condena morte ‘covarde’ de britânico

Estado Islâmico não intimida comunidade internacional, afirma comunicado.
Grupo jihadista ‘deve ser derrotado’ após decapitação de três reféns.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou neste domingo (14) o assassinato “atroz e covarde” do voluntário britânico David Haines, de 44 anos, pelo Estado Islâmico (EI) e garantiu que este tipo de ato não intimida à comunidade internacional, mas reforça a convicção para combater o grupo jihadista.

Haines foi executado no sábado (13). Antes dele, outros dois jornalistas norte-americanos também tinha sido decapitados pelo grupo. As mortes foram divulgadas em vídeos pelo grupo na internet.

Ao se manifestar sobre as mortes, a ONU exigiu também a libertação imediata e incondicional de todos os reféns nas mãos dessa organização e defendeu a necessidade de que os responsáveis sejam levados a Justiça.

Em comunicado, os membros do Conselho afirmaram que as execuções voltam a “demonstrar a brutalidade” do EI, ao que ONU considera também “responsável de milhares de abusos contra os povos sírio e iraquiano”.

O Conselho de Segurança ressaltou que o EI “deve ser derrotado e a intolerância, a violência e o ódio que propagam devem ser erradicados”.
Nesse sentido, os membros do Conselho asseguraram que os “contínuos atos de barbárie realizados” pelo grupo não amedrontarão, mas “reforçam a determinação sobre a necessidade de um esforço comum entre governos e instituições (…) para combater” estes terroristas, como a Frente al Nusra e outros grupos vinculados a Al Qaeda.

O Conselho, que transferiu suas condolências à família de David Haines e ao governo do Reino Unido, destacou que essa morte ressalta os riscos que os trabalhadores humanitários correm nas zonas em conflito. Por isso, lembrou que todas as partes envolvidas devem garantir sua proteção e evitar qualquer tipo de violência e intimidação contra eles.
A declaração do Conselho de Segurança se soma à condenação unânime da comunidade internacional que reagiu ao vídeo com o assassinato de Haines, o terceiro refém de um país ocidental cujo assassinato é mostrado desta forma pelo EI no último mês.

Ataques aéreos
O Reino Unido resistiu neste domingo (14) à pressão para se juntar aos Estados Unidos em anunciados ataques aéreos contra o Estado Islâmico. Falando depois de presidir uma reunião do comitê de resposta a emergências do governo em Londres para discutir o assassinato, o primeiro-ministro David Cameron disse que seu governo luta em várias frentes, mas, por enquanto, não estava pretendendo ataques aéreos.
“Estamos prontos para tomar as medidas necessárias para lidar com esta ameaça e manter nosso país seguro”, disse ele em um comunicado televisionado feito a partir de seu escritório em que descreveu uma aproximação de apoio às ações dos EUA contra o grupo islâmico e de ajuda às autoridades iraquianas e curdas.

“Passo a passo, nós devemos desmantelar e destruir o Estado Islâmico e o que ele representa. Nós vamos fazer isso com calma, em um caminho deliberado, mas com determinação de ferro”, disse Cameron.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, é esperado para discutir a decapitação do agente humanitário com o secretário britânico de Relações Exteriores, Philip Hammond, em um encontro em Paris na segunda-feira (15), informou um oficial norte-americano do Departamento de Estado sob a condição de anonimato.

Da AFP

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