Debate das Dez: o trabalho das ONGs e instituições da região

Hoje nos estúdios da Pajeú, Adelmo Santos, supervisor Local do Projeto Dom Hélder Câmara Osvaldo Ribeiro, engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Tatiane Faustino, técnica da Casa da Mulher do Nordeste e Dora Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afogados da Ingazeira (STR) e Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e Urbano (COMDRU), falaram sobre as ações, perspectivas e os papeis de cada uma.

Acompanhe abaixo uma parte do que foi dito:

Ações do STR / COMDRU

Dora Santos disse que os planos tanto do STR como do COMDRU é dar continuidade aos trabalhos já realizados em 2014, já que as perspectivas são de mais um ano de seca.

“A gente precisa dar continuidade a este trabalho, para que possamos conseguir superar mais um ano de dificuldade, pois a cada ano que passa a gente sabe que essas dificuldades aumentam, até porque quem tinha água, na sua comunidade vai diminuindo e a problemática vai aumentando”.

Dora também disse que o STR começou um trabalho de capacitação com as lideranças comunitárias e que tanto para o sindicato como para o conselho são grandes parceiros.

“É preciso estar trabalhando a formação destas lideranças pra que elas possam estar junto com a gente dando condição para que possamos ter um trabalho com mais facilidade, pois se sabe que quem convive mesmo com a problemática do homem e da mulher do campo são eles que estão lá e precisam estar capacitados para continuar este trabalho”.

Garantia Safra

Osvaldo Ribeiro explicou que o programa Garantia Safra é uma ação conjunta dos governos, estadual, municipal e federal e que contempla o agricultor.

Disse também que é preciso estar inscrito e pagar uma taxa para participar do programa e que geralmente o beneficio é recebido em cinco parcelas totalizando R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais).

Osvaldo também informou sobre o perfil para poder estar recebendo o beneficio.

“A pessoa tem que ser agricultor dedicado e não pode ter uma renda muito alta, a maioria dos nossos agricultores tem acesso ao Garantia Safra, existe um limite que chamamos de cotas, aqui em Afogados são 1,4 mill cotas, ultrapassando esse número de inscritos o excedente fica de fora e isso é o que tem gerado uma certa polêmica”.

Outra polêmica muito forte que segundo Osvaldo acontece com frequência é ade pessoas que não tem direito ao programa, mas querem entrar de qualquer forma.

“Hoje o que acontece muito, não só no Garantia Safra, mas a gente vê isso em outra programas também, são pessoas que não se enquadram no programa mas querem entrar de qualquer jeito e isso gera muita polêmica”.

Osvaldo disse que a maioria dos agricultores do município entendem e apoiam o programa.

“A maioria dos nossos agricultores entendem e apoiam o programa,  é um programa que tem tido um controle social muito forte, porque foram mais de quarenta reuniões na zona rural, no conselho de desenvolvimento, fazendo exatamente essa pesquisa, essa triagem, que ainda é complementada pelo sistema do Garantia Safra de Brasília”.

Osvaldo disse ter conhecimento de alguns erros que precisam ser corrigidos e que para isso tanto o STR, como o IPA  e a Secretaria de Agricultura estarão aguardando os agricultores para preencherem uma ficha que será encaminhada para o Conselho com as devidas queixas, reclamações e eventuais denuncias.

Osvaldo disse também que no último ano conseguiram resolver mais de oitenta por cento dos problemas que havia.

O papel da Casa da Mulher do Nordeste

Tatiane Faustino disse que a CMN tem como missão a autonomia econômica e política das mulheres com base no feminismo e que é voltada diretamente para o público feminino por ser uma ONG feminista, principalmente para as mulheres agricultoras, artesãs, lideranças e militantes feministas e explicou a atuação da ONG.

“Atuamos na assessoria técnica com parceria do Projeto Dom Helder Câmara, onde acompanha famílias com ações de convivência com o Semiárido, também estamos na perspectiva da realização do ATER gênero que uma assessoria voltada para as mulheres diretamente e o ATER agroecologia que vai fortalecer as famílias que já produzem agro ecologicamente, tem todo esse trabalho, também hoje estamos na execução de um projeto chamado Mulheres na Caatinga com patrocínio do programa Petrobras ambiental que atingirá diretamente 210 mulheres agricultoras com ações de educação ambiental plantio de essências de plantas nativas e construção de fogões agroecológicos, então além dessas ações temos também uma ação voltada para as crianças, são 525 crianças com ações de atividades de recreação e aulas pedagógicas para incentivar o déficit escolar da região, atinge várias comunidades”.

Tatiane também listou outros programas onde a CMN esta atuando.

“Estamos na execução do P1MC que é o programa um Milhão de Cisternas, estamos atualmente construindo no município de São José do Egito, 875 cisternas de placa, 16 mil litros de água que é voltada para o consumo humano, além dessa ação estamos na execução do P1+2, que é o programa Uma Terra e Duas Águas que está sendo executado nos municípios de Tabira, São José do Egito e Solidão”.

Papel do projeto Dom Hélder Câmara junto à sociedade

Adelmo santos explicou que o projeto Dom Hélder ao contrário do que alguns pensam não é uma ONG, é um projeto do governo federal ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e falou ainda sobre as ações para 2014 e o papel do projeto.

“Neste ano de 2014 estamos iniciando uma segunda fase com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura que é o co-financiador do projeto Dom Hélder então estamos com uma expectativa muito positiva com relação há esse ano nas ações do projeto”.

“O papel do projeto Dom Hélder é desenvolver a agricultura familiar, numa perspectiva sustentável, agroecológica e a gente trabalha em parceria, o projeto não é executor ele é fomentador de ações, com recursos financeiros, com coordenação, com supervisão, mas na verdade quem executa são nossas parcerias temos parcerias com ONGs e sindicatos”.

Ouça abaixo o áudio do Debate na íntegra:

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