Dilma diz que paga conta em restaurantes com o próprio dinheiro

Questionada sobre jantar em Lisboa, ela negou uso do cartão corporativo.

Presidente também justificou parada em Portugal a caminho de Cuba.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (28) que pagou do próprio bolso a conta em um restaurante em que jantou em Lisboa, onde fez escala no último sábado (25), numa viagem entre Zurique e Havana. Em entrevista à imprensa, a presidente também justificou o motivo da parada em Portugal, que não havia sido divulgada na agenda presidencial.

“É exigência de todos, para todos os ministros. Eu só faço exigência que eu também exijo de mim, que quem jantar ou almoçar comigo pague a sua conta”, disse a presidente em Cuba. “Eu posso escolher o restaurante que for desde que eu pague a minha conta. Eu pago a minha conta, pode ter certeza disso”, completou.

O jantar ocorreu no restaurante Eleven na companhia do embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, e da ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, segundo informou o jornal “O Estado de S. Paulo”.

A parada na capital portuguesa não estava prevista na agenda presidencial e, segundo o governo, ocorreu porque o avião não tinha autonomia suficiente para o percurso da viagem, de Zurique, na Suíça, até Havana, em Cuba. No Brasil, o PSDB e o PPS apresentaram pedidos na Procuradoria Geral da República e na Comissão de Ética da Presidência para investigação dos gastos realizados fora.

Na entrevista, Dilma também foi questionada sobre o uso do cartão corporativo, abastecido com dinheiro público. Ela disse que, apesar de ter direito, não o utiliza.

“Não tem a menor condição de alguma vez eu usar cartão corporativo. Não fiz isso. Até, no meu caso, está previsto para mim cartão corporativo. Mas eu não faço isso, porque eu considero que é todo oportuno que eu dê exemplo do que é consumo privado, do que é consumo público”.

‘Constrangimento’
A presidente disse que já houve “casos chatos” e causou “constrangimento” na hora de dividir a conta em restaurantes, como no dia de seu aniversário. “Tinha gente, que eu não vou dizer quem, que estava acostumado que seria uma conta do governo”.

“Porque fica esquisito uma presidente e uma porção de ministro fazendo aquela conta: ‘É quanto para cada um? Soma aí, deu quanto?’ com calculadora. Tem gente que acha estranho. Eu faço, que isso é extremamente democrático e republicano”, disse.

Nesta segunda (27), o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, explicou que a hospedagem de Dilma Rousseff durante uma escala em Lisboa, no sábado (25), foi feita em hotéis porque a embaixada do Brasil em Portugal não poderia receber toda a comitiva que acompanhava a presidente.

Durante a estadia em Lisboa, Dilma e sua comitiva ocuparam 30 quartos dos hotéis Ritz e Tivoli. A presidente se hospedou em uma suíte presidencial do Ritz, ao custo de 8 mil euros por dia, o equivalente a R$ 26,2 mil.

Em entrevista à imprensa, Figueiredo disse não saber o quanto foi gasto na hospedagem e disse que, se não fosse em Portugal, a escala deveria ocorrer nos Estados Unidos.

Do G1

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