“Geração tecnológica”- Como lidar com ela dentro das escolas

Nada hoje em dia prende mais a atenção de crianças e adolescentes do que a TV, internet e games. Com a correria diária dos pais, o celular se tornou ferramenta quase que indispensável para que, de certa forma possam acompanhar e porque não dizer vigiar as ações de seus filhos. Há aqueles que usam ainda a TV, a internet e os vídeo games para de certa forma deixa-los sossegados.

Mas o celular por ser fácil de carregar, é acessível para a grande maioria, é normal ver crianças ainda pequenas com seus celulares a tira colo.

Vários são os problemas que podem ser causados pelo excesso no uso destas tecnologias para as crianças e os jovens. Essa é uma das conclusões do relatório Health Effects of Media on Children and Adolescents (Efeitos da mídia sobre a saúde de crianças e adolescentes), uma compilação de dezenas de estudos científicos da Academia Americana de Pediatria (AAP) publicada recentemente. Veja lista abaixo:

  • Distúrbios de sono

Cenas agitadas atrapalham a qualidade do descanso

A luminosidade dos monitores atrasa o início do repouso;

  • Obesidade

Fazer refeições diante da TV leva a aumento do consumo;

Propagandas têm impacto nas preferências alimentares;

  •  Alterações de comportamento

Assistir a cenas violentas pode provocar ansiedade e medo;

A violência é vista como meio adequado para resolver conflitos;

Conteúdos inadequados incentivam a atividade sexual precoce;

O tabagismo no cinema é capaz de incentivar o espectador;

  • Déficit de linguagem

Excesso de TV é igual a atraso no desenvolvimento de linguagem;

  • Cyberbullying

Mídia interativa abre caminho a comportamento agressivo pela web.

Outro problema que vem tirando o sono de pais e educadores é como lidar com esta nova geração, principalmente nas salas de aula. Proibir ou não? Como fazer para prender a atenção dos alunos frente a tantas distrações?

Para falar sobre esta problemática e também sobre o acompanhamento dos pais a vida pedagógica de seus filhos, hoje nos estúdios da Pajeú o representante da Secretaria de Educação, Márcio André e a diretora do Centro de Excelência Dom Mota Magali Souza.

Márcio André disse que o problema esta na falta de preparo para o uso dessas tecnologias. “Eu gostaria de justificar dizendo que a própria educação tem que educar. No Brasil se recebe a tecnologia, mas não a orientação para usá-las, diferentemente de países mais desenvolvidos como China, Japão entre outros países que trabalham primeiro uma orientação quanto a nova geração tecnológica, para depois ser usada a máquina. No Brasil falta a Educação Digital”.

Márcio disse ainda que esta é uma realidade um pouco conflituosa nas escolas e que o caminho não é a proibição, mas sim o diálogo.

Ainda segundo Márcio o celular pode ser integrado na metodologia do ensino dentro da sala de aula.

“A gente não pode imaginar que o celular esta ali apenas prejudicando, mas que ele é uma ferramenta altamente pedagógica, por exemplo se um professor quiser fazer um debate sobre a Revolução Francesa, ele pode jogar isso dentro da rede social e fazer o debate com os alunos, isto é uma questão de metodologia”, disse Márcio.

Magali disse que é um desafio grande trabalhar em sala de aula com o uso do celular.

“Muitas vezes os professores tem que recolher o celular do aluno porque ele está passando mensagens na internet e não prestando atenção na aula, então muitas vezes nos deparamos com situações em que temos que ligar para os pais, pra que eles venham buscar na escola o celular porque o aluno não está usando da forma correta”, disse Magali, que confessou não ainda não terem feito nenhum tipo de experiência com o celular na sala de aula.

Acompanhamento escolar

Outro tema tratado no debate de hoje foi relacionado ao acompanhamento escolar por parte dos pais. Hoje é muito comum pais que se ausentam desta responsabilidade colocando todo o processo em cima das escolas.

Márcio disse que deve haver a ligação entre escola e pais, mas destacou: “existem realidades diferentes, escolas distintas, quando eu digo assim distintas, acontece que existem alunos que não tem pais, crianças que vivem conflitos em seus lares e a escola quem tenta a todo custo ajudar, a gente sabe disso, a gente vive em uma época em que surgem novos paradigmas de famílias, as vezes a criança não tem nem apoio inclusive vem aqueles problemas para a escola e é preciso encaminhar para o Conselho Tutelar como de direito, mas realmente é um fator que prejudica muito”, disse márcio.

Ouça abaixo o debate na íntegra:

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