Greves // Manhã de terça complicada para usuários do transporte público em várias cidades no país

Maranhão

São Luís amanheceu sem ônibus nas ruas nesta terça-feira (27). Com a decisão de paralisação total da frota, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema) espera obter 16% de aumento salarial; reajuste do ticket-alimentação para R$ 500; inclusão de um dependente no plano de saúde, além da implantação do plano odontológico. Está previsto para 10h, um ato público da categoria na Praça Deodoro. Os rodoviários iniciaram a paralisação na última quinta-feira (22).

Bahia

Já em Salvador os pontos amanheceram cheios com parte dos ônibus coletivos parados. Na Estação Pirajá, uma das principais da capital baiana, não há circulação de veículos.

Mesmo com a paralisação, o Sindicato dos Rodoviários nega que haja greve e afirma que houve acordo entre a categoria e os empresários em reunião realizada na segunda-feira (26).

Rio de Janeiro

No Rio a semana pode ser decisiva para o funcionamento de diversos serviços durante a Copa do Mundo. A três semanas do início do mundial, novas rodadas de negociações poderão definir quais categorias de trabalhadores se mobilizarão em greve na capital fluminense. Transporte, saúde, educação e segurança, principais temas da onda de manifestações que tomou as ruas do país em junho de 2013, são os setores que podem ter as atividades comprometidas nos próximos dias.

Transporte público
Nesta terça-feira (27), rodoviários dissidentes do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Urbano (Sintraturb) devem decidir se farão novas paralisações. Eles têm assembleia marcada para as 16h na Candelária, Centro do Rio. Antes, às 14h, têm reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT). A categoria considera iniciar um movimento de “catraca livre” em substituição às paralisações. Com isso, os passageiros entrariam pela porta de trás dos ônibus sem pagar passagem. O objetivo é manter o movimento reivindicatório sem prejudicar diretamente a população que depende do transporte público.

Saúde
Também nesta terça, os servidores estaduais da saúde, que já estão sob indicativo de greve, realizam, no Centro do Rio, um ato público seguido de assembleia. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Rio de Janeiro (Sindsprev), os servidores lutam por reajuste, incorporação de gratificações, plano de carreira e melhor condição de trabalho.

Educação
Nesta quarta-feira (28), os professores da rede municipal pretendem acompanhar a reunião entre a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação, com o objetivo de pressionar pela negociação. Na sexta-feira (30), eles se unem aos servidores da rede estadual para mais uma assembleia unificada da categoria, que decidiu, na sexta-feira (23), manter a greve por tempo indeterminado. Nesta segunda-feira (26), o coordenador-geral do Sindicato Estadual de Profissionais de Educação (Sepe), Alex Trentino, afirmou que a adesão à greve é de 55% no município e de 30% nas unidades do estado. No entanto, as secretarias municipal e estadual de Educação voltaram a afirmar, nesta segunda, que os professores faltosos não passam de 0,2%. Os grevistas afirmam que os governos não cumpriram o acordo firmado após a greve de 70 dias no ano passado.

IBGE
Categoria que também definiu greve é a dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Três unidades do órgão no Rio foram afetadas a partir desta segunda: Parada de Lucas, no Subúrbio; avenidas Beira Mar e Franklin Roosevelt, ambas no Centro. Em pelo menos outros oito estados a greve também acontece entre os servidores do IBGE. De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísticas (ASSIBGE-SN), os servidores exigem que IBGE seja tratado como órgão de Estado e não de governo, cobram autonomia técnica, reforço no orçamento condizente com plano de trabalho, valorização salarial e patamar do ciclo de gestão.

Segurança
Os vigilantes bancários, em greve há quase um mês, também seguem mobilizados na luta por melhorias nos salários e nas condições de trabalhos. Uma audiência prevista para a sexta (23) entre o sindicato da categoria e a entidade patronal não aconteceu devido à ausência de representantes dos patrões. Por causa da paralisação, inúmeras agências bancárias na capital fluminense têm o atendimento restrito a operações que não exijam transação em espécie.

A Segurança Pública, no entanto, parece a salvo de greve por enquanto. Isso porque na sexta o governador Luiz Fernando Pezão garantiu aos policiais civis, que iniciaram paralisação, que encaminhará ao Legislativo, até 12 de junho, Projeto de Lei que determine a incorporação de uma gratificação de R$ 850 ao salário-base da categoria. O Sindicato dos Policiais Civis disse que novas paralisações estão descartadas até a data estabelecida pelo governador.

Os policiais militares, por sua vez, oficialmente descartam intensão de greve. Porém, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro instaurou procedimento administrativo para investigar a denúncia de que policiais militares estariam convocando uma greve para o dia 15 de junho. O movimento estaria sendo convocado por um aplicativo de mensagens instantâneas.

O Coordenador do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial, o procurador da República Fernando Aguiar lidera a investigação. Segundo ele, “não será tolerada qualquer tipo de paralisação por parte da Polícia Militar, pois isso é um atentado inaceitável ao Estado Democrático de Direito e a nossa Constituição”. Em nota, o procurador afirmou ainda que vai adotar as medidas judiciais federais cabíveis com eventual prisão dos líderes grevistas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.