Livro aborda migração da Rádio Pajeú para FM

O livro “Migração do rádio AM para o FM – Avaliação de impacto e desafios frente à convergência tecnológica” tem um capítulo dedicado ao processo de migração das emissoras AMs (Modulação em Amplitude) para FMs (Frequência Modulada) de Pernambuco.

A publicação será lançada no próximo dia 22 de agosto em Brasília – DF, durante o 28º Congresso Brasileiro de Radiodifusão. Entre as rádios pernambucanas analisadas – pelo jornalista afogadense, Daniel Ferreira, e pelos pesquisadores da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Andréa Trigueiro e Elano Lorenzato, está a Rádio Pajeú.

A elaboração do livro foi coordenada pelas professoras Nair Prata e Nélia Del Bianco e apresenta os resultados de uma pesquisa nacional que busca entender o impacto da migração do rádio AM para o FM no Brasil. Para a realização da pesquisa, foram identificadas nove rádios do interior de Pernambuco, das quais, seis delas estão situadas no sertão do estado.

As rádios pesquisadas foram: Rádio Pajeú, de Afogados da Ingazeira; Rádio da Grande Serra Ltda., de Araripina; Fundação Emissora Rural A Voz do São Francisco, de Petrolina; Rádio Voluntários da Pátria FM, em Ouricuri; Rádio Asa Branca de Salgueiro Ltda., de Salgueiro; e Rádio Líder FM, de Serra Talhada. As outras três: Rádio Bituri FM, de Belo Jardim; Rádio Papacaça FM, de Bom Conselho; e Fundação João Paulo II, de Gravatá, estão no Agreste pernambucano.

Em relação às razões que levaram às emissoras a migrarem para a Frequência Modulada (FM), todas as emissoras apontaram a melhoria da qualidade de som; possibilidade de aumentar a audiência; expectativa de alcançar várias faixas da audiência, a exemplo dos jovens, e a necessidade de inserir a rádio no ambiente digital móvel (celular).

Nas razões, a possibilidade de aumentar o faturamento com publicidade, oportunidade para renovar o conteúdo e formato da programação, e renovação das formas e canais de interação com a audiência foram apontadas por metade das emissoras.

Sobre o processo burocrático, junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para a adaptação da outorga e, assim, passar a operar em FM, metade das emissoras teve suas expectativas superadas, pois algumas delas já estavam com toda documentação, exigida, pronta. Para a outra metade as expectativas foram atendidas.

O valor pago pela adaptação da outorga foi considerado alto por todas as emissoras. Metade delas investiu até 100 mil reais e a outra metade investiu de R$ 100 a 200 mil.

Além do valor pago para o MCTIC, todas as emissoras ainda precisaram investir em troca de equipamentos como transmissor e torre de transmissão (antena). Outra parte delas investiu, também, em estúdio de transmissão com console de áudio, computadores e outras estruturas.

As rádios na modulação FM têm comportamento de cobertura mais uniforme entre dia e noite, sendo sensivelmente menos afetadas por interferências radioelétricas. Tal mudança também implicará na qualidade do som e, assim, mais mercado de atuação e oportunidade para a publicidade radiofônica.

Ou seja, para essas rádios que migraram (ou ainda vão migrar) surge uma nova fase e um novo momento de renovação, sustentabilidade e, ao mesmo tempo, reposicionamento no mercado com mais audiência e amplitude.

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