Médica diz que registro de doenças graves assusta Salgueiro

Nesta quinta-feira (6), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), emitiu nota informando que foi notificada de 4 casos suspeitos de doença meningocócica provenientes da VII Gerência Regional de Saúde (Geres), com sede em Salgueiro, no Sertão pernambucano.

Na nota a SES-PE, informa ainda que, destes casos, 2 foram confirmados: um homem de 19 anos e uma mulher de 18 anos, ambos residentes em Salgueiro, que deram entrada no Hospital Regional Inácio de Sá (HRIS) no final de maio.

Na nota a Secretaria informa ainda que ao fechar a suspeita de diagnóstico para a doença, os dois pacientes foram transferidos para o Hospital Correia Picanço (HCP), no Recife, referência estadual para tratamento de pacientes com meningite (adulto e criança) e que os dois foram submetidos ao exame do líquido cefalorraquidiano (LCR), que confirmou o diagnóstico de doença meningocócica.

Ainda segundo a nota: “Os pacientes foram acompanhados pela equipe multiprofissional da unidade e já receberam alta hospitalar, em 29.05 e 03.06, respectivamente. A SES informa, ainda, que 1 caso foi descartado para doença meningocócica e o outro foi positivo para meningite pneumocócica (menino, 9 anos, que segue internado em observação em unidade hospitalar do Recife).”

Diante destes e outros casos de outras enfermidades que tem acometido a população de Salgueiro, a médica endocrinologista Patrícia Belfort publicou um texto no Facebook nessa quarta-feira (5), desabafando sobre a situação da área da saúde no município. Na publicação, a profissional do Pronto Socorro São Francisco fala dos desafios de enfrentar essas doenças e lembra que toda a sociedade tem uma parcela de culpa.

Confira o texto na íntegra:

O ano de 2019 tem sido muito difícil pra todos os profissionais da saúde pública e privada da nossa região. Atendemos diariamente nas emergências casos de doenças infecto contagiosas que variam de formas leves a formas graves. A dengue, a chicugunya, as meningites, o H1N1, a doença de Chagas, a leishmaniose voltaram a nos assombrar, mas agora de forma mais intensa e até assustadora. Só quem está dentro dos hospitais convive com a angústia de nem sempre ter bons resultados e também com a tristeza de verem muitos padecer por falta de mínima assistência de saúde.

Entre governos e população todos tem uma parcela de culpa, essas doenças apenas traduzem a pobreza de nosso povo, a falta de higiene, o calendário vacinal atrasado, a demora em procurar assistência e por vezes a assistência que não é dada de forma adequada. Tenho me sentido incapaz diante do que está acontecendo porque a solução não está só em minhas mãos.

Lembro dos filmes americanos que sempre saem sobre o fim dos tempos associado a pragas que dizimam a população como um vírus devastador. Não sei nem o alerta que posso dar diante de tantas doenças. Vamos orar bastante pra que isso seja só um período ruim.

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