Míssil abate avião da Malaysia Airlines com 298 pessoas na Ucrânia

Um míssil abateu o voo MH17 da Malaysia Airlines, com 298 pessoas a bordo, na fronteira da Ucrânia com a Rússia. A informação foi confirmada por agências de inteligência dos Estados Unidos. A autoria do disparo ainda é investigada, mas separatistas russos são os principais suspeitos. Não há sobreviventes.

Um sistema de radar identificou um míssil terra-ar ser disparado e ir em direção ao avião comercial, pouco antes de a aeronave cair. Um segundo sistema de radar identificou o rastro de calor do míssil no momento em que o Boeing 777 foi atingido. A trajetória do míssil está sendo analisada para que seja possível determinar a autoria do disparo.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, havia afirmado pouco após a queda do avião de que se tratava de um ato terrorista dos separatistas pró-Rússia que controlam o leste da Ucrânia. “Isso não foi um incidente, isso não foi uma catástrofe, foi um ato terrorista”, disse.

Um oficial norte-americano, sob condição de anonimato, disse ao “Washington Post” que as agências não conseguiram determinar ainda quem atirou o míssil. “Essa é uma área contestada. Vai demorar para conseguirmos alguma informação sobre quem está envolvido.”

O premiê da Malásia, Najib Razak, também afirmou que o avião foi abatido por um míssil durante entrevista coletiva sobre o acidente e que espera respostas rápidas da investigação. “Não deixaremos pedra sobre pedra. Quando confirmarmos que o avião foi mesmo derrubado, vamos insistir para que os autores sejam rapidamente levados à Justiça”, disse Razak.

O premiê informou que o governo malaio enviou representantes a Kiev, entre eles membros da Equipe Especial de Resgate e Assistência em Desastres, além de médicos. “Esse é um dia trágido, em um ano que já tinha sido trágico”, falou Razak, referindo-se ao desaparecimento do outro avião da Malaysia (MH370).

Ucrânia, Rússia e rebeldes negam ter abatido avião
Em declarações dadas logo após a confirmação da queda do MH17, autoridades dos governos russo e ucraniano, além do representante da República Autoproclamada de Donetsk, negaram ter abatido o avião.

Rebeldes separatistas da região leste da Ucrânia, onde o avião caiu, negaram qualquer envolvimento. “Nós simplesmente não temos esse sistema de defesa aérea”, de acordo com a agência Interfax. No entanto, o especialista em segurança internacional, Gunther Rudzit, afirma que mísseis terra-ar, guiados por calor e fornecidos pela Rússia aos rebeldes, seriam capazes de abater um avião comercial.

“Os rebeldes já vinham alardeando que teriam derrubado dois caças da Ucrânia. Um avião de transporte e helicópteros também teriam sido derrubado”, diz Rudzit. Por causa desses indícios, ele acredita que o alvo do míssil não teria sido o avião de passageiros, e sim um avião militar.

O presidente ucraniano também negou que o Exército do país tenha participação. “Nós não descartamos que esse avião tenha sido derrubado e reforçamos que as Forças Armadas da Ucrânia não agiram contra alvos aéreos”, disse Poroshenko.

O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou que é “estupidez” acusar o país de envolvimento no acidente com o MH17. A suspeita havia sido levantada logo após o acidente pelo ministro das Relações Exteriores de Kiev, Pavlo Klimkin.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a abertura de uma “investigação internacional transparente” sobre a queda do avião. Ban afirmou que está monitorando a situação e expressou pêsames às famílias das vítimas. O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para esta sexta (18).

Do Uol Notícias

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