Na RMR, filas e atrasos marcam 1º dia da greve nas empresas de ônibus

Sindicato das empresas afirma que 66% da frota está na rua.
Usuários de terminais e paradas de ônibus reclamam da demora.

Os usuários do transporte coletivo da Região Metropolitana do Recife (RMR) enfrentam uma manhã de dificuldades para chegar ao trabalho, escola ou comércio. Mesmo com a liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE), que obriga a ter 100% da frota nas ruas, o sindicato dos motoristas decidiu pela greve a partir desta segunda (18). Os terminais de Joana Bezerra, um dos principais do Recife, e da Macaxeira, além de diversas paradas de ônibus ao longo da PE-15 estão lotadas de passageiros, que reclamam da demora dos coletivos. Apesar disso, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Recife (Urbana), afirma que 66% da frota está na rua.

Na PE-15, no bairro de Salgadinho, Olinda, os passageiros fecharam a rodovia depois que um grevista baixou o pneu do ônibus em que eles estavam. Um passageiro foi detido, acusado de quebrar os vidros dos ônibus.

São 40 mil pessoas circulando diariamente por Joana Bezerra, que concentra mais de 1.100 viagens por dia. Os ônibus que chegam na garagem são poucos e não atendem à demanda. A Urbana pretende divulgar balanços a cada meia hora, informando a quantidade de ônibus que está circulando. Alguns dos usuários alegam que a espera ultrapassa 30 minutos, tempo considerado muito além do normal na estação Joana Bezerra, no Centro. Entre as reclamações, eles afirmam que nenhum ônibus que faz a linha Igarassu, RMR, passou pelo terminal até as 6h50.

Nos casos dos terminais, o metrô funciona como uma alternativa para quem depende do ônibus e amplia o atendimento. No entanto, o problema persiste porque a maioria dos passageiros precisa pegar ônibus para chegar ao metrô, uma vez que há pouca integração dos trens com os principais pontos da cidade.

A determinação do TRT, expedida  na sexta (25), é de que os motoristas do Grande Recife mantenham 100% da frota circulando nos horários de pico (das 5h30 às 9h e das 17h às 20h) e 50% fora desse horário. A decisão ainda fixou multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

De acordo com a assessoria de comunicação do Sindicato, a liminar é fruto da interpretação de um desembargador e a categoria vai trabalhar judicialmente para derrubá-la. Além disso, 100% da frota vai sair das garagens, mas os percentuais que vão circular em cada horário e em cada bairro serão definidos pelo comando de greve, durante a manhã. A assessoria ressalta que a paralisação acontece dentro de todas as exigências legais — dentre elas, a obrigação de manter pelo menos 30% da frota circulando.

O porquê da greve
Motoristas, cobradores e fiscais de ônibus decidiram cruzar os braços em assembleia realizada na última quarta (23). Eles aprovaram indicativo de greve e comunicaram a decisão ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A categoria não aceita a proposta de reajuste de 5% nos salários e no tíquete-refeição, feita pelo Urbana-PE. Eles querem aumento de 10%, proposto pelo MPT, e elevação no valor do tíquete-refeição de R$ 171 para R$ 320.

A greve deve afetar a vida de cerca de 2 milhões de passageiros que utilizam o transporte diariamente na Região Metropolitana. Atualmente, o sistema conta com aproximadamente 3.000 veículos integrando a frota, distribuídos em 385 linhas e 18 empresas operadoras de ônibus. São feitas, em média, 25 mil viagens por dia. O sistema conta também com mais de 15 terminais integrados.

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