Papa canoniza 30 brasileiros vítimas de massacres em 1645

Mortes foram registradas no início da ocupação holandesa

Do Poder 360

Em cerimônia neste domingo (15.out.2017), na Praça de São Pedro do Vaticano, o Papa Francisco canonizou 30 brasileiros.

Eles são considerados os primeiros mártires do país, assassinados em 2 massacres em 1645, no início da ocupação holandesa no Nordeste.

Os “mártires de Cunhaú e Uruaçú” foram atacados durante uma missa de domingo em uma capela e, no outro caso, em uma celebração às margens de 1 rio.

Os casos são apontados como símbolos da intolerância religiosa.

O saldo estimado dos massacres é de 150 mortos. Os 30 novos santos são as vítimas identificadas.

Na lista estão 25 homens, incluindo dois padres, e cinco mulheres. Havia 12 jovens e duas crianças –a mais nova tinha 2 anos.

O Papa João Paulo II havia beatificado as vítimas dos massacres em 2000.

Outros santos

O papa também proclamou santo os protomártires do México, considerados os primeiros mártires do continente americano. Além do sacerdote espanhol Faustino Míguez, fundador do Instituto Calasanzio, das Filhas da Divina Pastora, e do frade capuchinho italiano Angelo d’Acri.

Michel Temer

O presidente Michel Temer afirma que a canonização renova disposição para combater uma “crise de solidariedade”. “A canonização de nossos mártires, eles mesmos vítimas da intolerância, traz este importante ensinamento: sejamos todos mensageiros e construtores da paz e do entendimento”, disse o Temer. Leia íntegra da nota divulgada neste domingo (15.out):

“A Igreja Católica decidiu canonizar 30 mártires que, no Brasil do século XVII, deram a vida em nome da fé, em nome da devoção. São heróis que já são justamente honrados em nosso querido Rio Grande do Norte. São homens e mulheres que, beatificados por São João Paulo II, tornam-se, agora, os primeiros Santos mártires do Brasil.

Esses bravos e devotos resistentes serão elevados à Santidade poucos dias após celebrarmos os 300 anos do surgimento da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Essa feliz sucessão de eventos renova, em dezenas de milhões de brasileiros, a virtude maior da caridade cristã. E renova nossa disposição coletiva para, por meio do diálogo, chegar à compreensão do outro.

Isso é particularmente significativo neste momento da história.

O nosso mundo traz, infelizmente, marcas de extremismos, de incertezas. Nossa capacidade de cooperar, de agir em conjunto, está sendo submetida a duros testes. Atravessamos uma crise de solidariedade.

Pois vencer essa crise é, hoje, nossa responsabilidade comum. É urgente resgatar a solidariedade entre os indivíduos, entre as nações.

É urgente resgatar a solidariedade e, com ela, a esperança. Em recente homilia, o Papa Francisco afirma que a esperança é o “impulso no coração de quem acolhe, o desejo de encontrar-se, de conhecer-se, de dialogar”.

É com esse espírito que temos levado adiante transformações em nosso País. É com esse espírito que nos lançamos ao mundo.

A canonização de nossos mártires, eles mesmos vítimas da intolerância, traz este importante ensinamento: sejamos todos mensageiros e construtores da paz e do entendimento.”

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