Rio Pajeú // Principal fonte de vida e inspiração da região, agoniza

Hoje (31) nos estúdios da Pajeú a técnica da Casa da Mulher do Nordeste, Fabiana Oliveira e os assessores pedagógicos da Diaconia, Afonso Cavalcante e Ita Porto, falaram sobre o drama que vem vivendo a principal fonte de vida e inspiração da região, o Rio Pajeú.

Nos dias 26 e 27 de junho foi realizada a Caravana em defesa do Rio do Pajeú que trouxe em sua temática: “Pajeú um Rio de Histórias Culturas e Impactos”.

Esta Caravana fez um mapeamento entre os municípios de Afogados da Ingazeira e Brejinho e foi realizada por organizações que compõem a Articulação em Defesa do Rio Pajeú durante a XII Semana do Meio Ambiente (SEMEIA).

Participaram da Caravana 56 pessoas de14 de organizações da Sociedade Civil e mais a Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Foto: Facebook Movimento em Defesa do Rio Pajeú
Foto: Facebook Movimento em Defesa do Rio Pajeú

Pelo caminho a Caravana encontrou vários problemas que estão acabando com o Rio Pajeú, entre eles: a descarga de dejetos sem tratamento, apontado por Afonso como o principal problema, erosões na bacia do Rio, erosões nas margens, a questão da Algaroba que está dominando em grande parte a mata ciliar e a invasão nas margens com instalação de currais e construções.

Entre os fatores que vem causando a degradação do Rio, a principal é a ação do homem e falta de percepção da população de toda essa grandeza de impacto negativo no Rio e o que isso pode causar num futuro próximo.

“na verdade já causou, a gente vem saindo de um deastre ambiental com a falta d’água, a região inteira sofreu não somente com a falta d’água, mas também com as consequências das doenças diarreicas agudas, tivemos pessoas idosas e crianças morrendo de diarreia, uma coisa inaceitável para os dias de hoje”, lembrou Ita Porto.

Fabiana disse que a falta de informação e conscientização por parte da população é outro fator predominante para o processo.

Mas como não só de mazelas vive o Rio Pajeú, a Caravana fez achados importantíssimos para a cultura da região. Como no caso da Fazenda São Pedro, em São José do Egito, que para Afonso foi um destaque positivo.

“Destaque para a Fazenda São Pedro que é do século XVII, que tem uma linda igreja, um casarão antigo, um museu muito bonito que eu sugiro que as pessoas visitem, infelizmente é pouco divulgado, um cemitério antigo onde está enterrado João Dantas que matou João Pessoa ex-presidente do Estado da Paraíba na década de 30”, disse Afonso. Além da Fazenda São Pedro, a Caravana também teve o a oportunidade de conhecer a casa onde nasceu o poeta Rogaciano Leite em Itapetim.

Túmulo de João de Dantas. Foto: Facebook Movimento em Defesa do Rio Pajeú
Túmulo de João de Dantas. Foto: Facebook Movimento em Defesa do Rio Pajeú

Um ponto constatado pela Caravana é o desperdício cultural por parte das autoridades, que poderiam explorar o turismo rural, cultural, de aventura, religioso e o turismo histórico da região, o que geraria uma boa fonte de renda para a população e daria um reforço na economia da região, mas perdem esse potencial.

A população lembrou com as suas participações, dos bons tempos do Rio Pajeú, e lembraram com muito saudosismo da época em que se podia abrir cacimbas para se beber água nas margens, lavar roupas e pescar. Todo mundo tem uma história ou conhece alguém que tenha uma relacionada ao que foi o Rio Pajeú.

O Rio Pajeú é de todos e de todos também é a responsabilidade para tentar recuperar ao menos uma parte do que foi esse rio tão cantado, declamado e falado pelo Brasil inteiro.

Ouça abaixo o debate na íntegra:

Clique aqui e conheça o projeto, você também vai poder ver fotos da Caravana.

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