Saúde // “O povo não aguenta mais não!” Desabafa ouvinte na Pajeú

No Debate das Dez de hoje o secretário de saúde Artur Belarmino, mais uma vez como abriu espaço em sua agenda e se colocou a disposição da população. Artur ouviu queixas, elogios e respondeu a várias demandas da comunidade que pode interagir com o secretário através do telefone e pelo Portal Pajeú Rádio Web.

Como já era esperado, Artur recebeu um verdadeiro bombardeio de demandas por parte da população.

Artur falou sobre o baixo número de cotas, a casa de apoio em Recife, animais soltos nas ruas, o ônibus da saúde e a falta de medicação nas farmácias dos PSFs.

Mas dois pontos se destacaram no debate, o desabafo do Sr. Neco Ramos e a reclamação de vários populares a respeito do tratamento dispensado por alguns servidores.

No primeiro ponto o Sr. Neco Ramos fez um desabafo marcante. Veja abaixo:

“Minha esposa passou no médico no Mandacaru e foi encaminhada ao otorrino da UPA-E, ela já deu seis viagens sem conseguir resolver, sabe o que disseram a ela? Que já tem gente aguardando vaga para fevereiro do ano que vem, agora você me diga, como funciona essa saúde do nosso Estado. Não tem condição, o povo não aguenta mais. a propaganda na mídia é uma coisa, mas quando você vai lá pra ser atendido é outra completamente diferente. Toda vez que chega lá o sistema está fora do ar e não atende a pessoa. Agora você acha que quem está doente hoje pode esperar? É pra morrer esperando a vontade de alguém? A gente paga nossos impostos. Ai você fica sendo jogado pro hospital e pra não sei quem. Chega de falar bobagem no rádio, o povo não aguenta mais não. Eu vou ter que pagar particular? Eu gastei R$12 mil com minha esposa a um tempo atrás porque se eu tivesse deixado aqui ela tinha morrido. Não tem, você vai e não marca, não marca, não passa. Não tem condições, o povo não aguenta mais não”. Desabafou Neco.

Em resposta ao desabafo do Sr. Neco Ramos, Artur disse que, esse problema também é enfrentado pela própria rede privada. “Se você for hoje aqui marcar uma consulta com uma ginecologista, passa quatro meses pagando a consulta”.

Artur disse que na verdade esse problema com o otorrino é novo, porque a Secretaria já oferece esse serviço na UPA-E e tem um quantitativo de consultas que atende a demanda.

“É interessante a gente vê que eu tenho um sistema onde se tem 329 pessoas trabalhando e a gestão do sistema local na Unidade Básica do Mandacaru é feita pelas pessoas que trabalham lá. Então essa reivindicação dele, é importante para que a gente possa colocar em pauta e reunir a equipe pra poder discutir o processo, como é que está sendo feita essa classificação de risco na Unidade? Porque se tem uma demanda encaminhada seis vezes para uma unidade especializada, tem algum problema acontecendo. Eu queria dizer a ele e outros que passam pelo mesmo problema que a Secretaria de Saúde nunca se furta de discutir isso, ela sempre está presente e sempre está discutindo esse processo. É importante dizer também que a questão na dificuldade na consulta e no acesso, não é um problema só de Afogados, é um problema do Brasil”, justificou Artur.

Ainda em resposta ao ouvinte Artur disse que trabalha em um sistema que está subfinanciado.

“Eu recebo dez reais para poder pagar uma consulta com qualquer especialista, mas na hora que eu vou contratar a gente começa a conversar com os médicos que oferecem o serviço e eles dizem que não tem condições de oferecer por isso”.

Artur disse mais uma vez que é um problema Nacional e que está aberto a discutir a questão com o Estado e com o Governo Federal.

“O que a gente precisa é deixar de jogar dinheiro pros municípios de forma ainda arcaica que era na época no INAMPS, que é em cima de procedimentos, a gente precisa pensar em um novo pacto federativo para trabalhar a saúde no município”.

O segundo ponto de destaque no debate foi o grande número de reclamações da comunidade em relação ao atendimento dispensado por alguns servidores de algumas Unidades de Saúde Básica do município.

Artur disse que vem estudando alguns casos e que tem um livro de ocorrências onde está sendo registrado alguns pontos que vem acontecendo e que a Secretaria está agindo.

“A gente está agindo para dirimir este problema de atender mal. Na própria Secretaria de Saúde, se os pacientes procuram, eles sabem que a gente trata bem, se forem no meu gabinete eu acolho bem, eu converso com as pessoas eu entendo o problema e essa é a orientação da gestão. Agora assim, é interessante a gente falar que são 329 funcionários que se tem na Secretaria que estão lá na ponta atendendo o pessoal, a orientação, nas reuniões periódicas que a gente faz, é de que o tratamento humanizado deve ser caracterizado como principal pauta, porque a gente hoje vive num sistema que apresenta alguns problemas, mas é interessante dizer que se as pessoas são mal atendidas nos postos, é preciso que a gente intervenha de forma mais incisiva nesse processo e é isso que a gente está fazendo. Já houve a suspensão de um profissional por ter brincado em um atendimento na Central de Regulação, já tive conhecimento de que teve um episódio onde houve um tratamento inadequado a um paciente que foi procurar para uma marcação, então a gente está pegando esses casos e agindo”.

Artur pediu para que a população procure a Secretaria de Saúde para fazer as suas denuncias já que na grande maioria das vezes eles (a Secretaria) só ficam sabendo dos problemas através da Radio Pajeú.

Artur disse que é importante ouvir o povo para poder acertar mais e errar menos.

Ouça abaixo o debate na íntegra:

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